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Informações ao paciente

Efeitos adversos, indicações, riscos…

Eletroconvulsoterapia (ECT)

O tratamento com eletroconvulsoterapia (ECT) é indicado por qualquer médico psiquiatra, após uma avaliação. A ECT é realizada em sessões, com frequência de duas a três vezes na semana, o número de sessões e o tempo de tratamento depende da condição de saúde de cada pessoa e é individualizado pela equipe.

Em uma sessão típica, o paciente é recebido na clínica em jejum, recebe a anestesia e logo em seguida é estimulado. A duração do procedimento em si é de poucos instantes, na sequência o paciente permanece em observação até despertar da anestesia, e após liberado do local. Geralmente com duração de uma hora e meia no total.

Antes de iniciar o tratamento com ECT, os profissionais conversam com o paciente e seus familiares sobre os possíveis efeitos colaterais e como lidar com eles. Os efeitos cognitivos (especialmente perda temporária da memória ou graus variados de desorientação ao despertar da anestesia) são os mais frequentes e mais perceptíveis na primeira hora após sua realização. A ECT é um procedimento bastante seguro. A taxa de mortalidade está estimada em 1 a cada 80.000 tratamentos e é, em média, o risco da própria indução anestésica como a realizada para qualquer outro procedimento. Doenças clínicas não controladas (especialmente cardiovasculares) podem aumentar o risco do procedimento, nestes casos deve-se comparar o risco e o benefício individualmente, o que é feito com o auxílio do médico.

Os quadros depressivos são os que melhor respondem a este tratamento e todos os subtipos podem se beneficiar. A ECT geralmente é indicada quando outros tratamentos não obtiveram sucesso, mas pode ser indicada como primeira opção em algumas situações, como por exemplo quando há um risco de suicídio iminente, psicose ou quando há riscos ao uso de medicamentos, como em algumas doenças ou em mulheres gestantes e idosos. A preferência do paciente também é levada em conta.

A ECT é aprovada e usada em diversos países de primeiro mundo, devidamente regulamentada por órgãos competentes FDA (EUA), ANVISA e CFM. É um método consagrado para o tratamento da depressão, mais eficaz que qualquer outra opção terapêutica. Os índices de eficácia que chegam a 90%. Os principais estudos realizados mostraram a superioridade da ECT com relação ao tratamento com medicamentos. Além de muito segura, há a vantagem alcançar resposta rápida (geralmente após 8 aplicações, em média).

Após o tratamento inicial (de aproximadamente 10 ou 12 sessões em um caso típico de
depressão por ex.) o psiquiatra responsável pelo paciente avalia como será p programa de
manutenção.

Não existem contra-indicações absolutas para o uso de ECT, apenas condições que oferecem um risco relativamente maior, como lesões intracerebrais que ocupam espaço; feocromocitoma, doença pulmonar obstrutiva grave, acidente vascular cerebral e infarto agudo do miocárdio recente. Nestes casos, como dito anteriormente, há a necessidade de avaliar com cuidado as indicações, o risco e o benefício da aplicação. Efeitos colaterais que podem surgir são cefaléia, náusea, dores musculares, geralmente leves e de fácil tratamento com medicações sintomáticas. É importante ressaltar que mesmo que o tratamento apresente efeitos colaterais, os benefícios são maiores.

Adaptado de: www.ipan.med.br

Estimulação Magnética Transcraniana (EMT)

A Estimulação Magnética Transcraniana (EMT) é um tratamento aprovado e regulamentado por órgãos como o FDA (EUA) e o CFM (Brasil), indicado principalmente para pacientes com depressão resistente, ou seja, que não obtiveram resposta satisfatória ao uso de medicamentos tradicionais. Também pode ser utilizada como opção terapêutica em quadros de ansiedade, transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), dor crônica e outras condições neurológicas ou psiquiátricas. A decisão de iniciar a EMT é tomada pelo médico psiquiatra após avaliação criteriosa do quadro clínico do paciente.

O procedimento é não invasivo, realizado em ambiente ambulatorial, com o paciente acordado e sem necessidade de anestesia. Durante a sessão, uma bobina é posicionada sobre o couro cabeludo para aplicar pulsos magnéticos em áreas específicas do cérebro associadas à regulação do humor. Cada sessão dura cerca de 30 a 40 minutos, sendo recomendadas de 20 a 30 aplicações, com frequência de cinco vezes por semana. O tratamento é indolor, embora alguns pacientes relatem leve desconforto local durante os primeiros minutos da aplicação.

A EMT é considerada segura, com baixo índice de efeitos colaterais. Os mais comuns são dor de cabeça leve, formigamento no local de aplicação e, em casos raros, tontura ou desconforto auditivo. Esses sintomas costumam desaparecer rapidamente e, se necessário, são controlados com medicação sintomática. O risco de convulsões existe, mas é extremamente raro e geralmente associado a condições pré-existentes ou uso concomitante de medicamentos específicos, razão pela qual uma avaliação médica detalhada é essencial antes do início do tratamento.

A EMT é uma excelente opção terapêutica para pacientes que buscam alternativas eficazes com menor risco de efeitos sistêmicos, como os causados por antidepressivos. Além disso, por ser um tratamento bem tolerado e ambulatorial, permite que o paciente retome suas atividades normalmente logo após cada sessão. A adesão ao tratamento e o seguimento com a equipe médica são fundamentais para garantir os melhores resultados possíveis.

Infusão de Cetamina

A infusão de cetamina é um tratamento inovador para depressão resistente, transtorno bipolar e pensamentos suicidas, utilizado em pacientes que não responderam adequadamente às terapias convencionais ou que necessitam de uma resposta mais rápida. A cetamina, quando administrada de forma controlada em ambiente clínico, tem ação rápida e pode trazer alívio significativo dos sintomas em poucas horas ou dias. A decisão de iniciar esse tipo de tratamento é sempre individualizada e realizada por um psiquiatra, com base em uma avaliação criteriosa.

O procedimento consiste na aplicação intravenosa da cetamina em doses subanestésicas, ou seja, muito menores do que as utilizadas em cirurgias, garantindo segurança e eficácia. O paciente permanece em repouso durante a aplicação, que dura em média 40 minutos, e continua sob observação clínica por um período após a infusão até a completa estabilização. O tratamento completo costuma envolver um ciclo inicial de 4 a 6 sessões, que pode ser adaptado conforme a evolução clínica.

Os efeitos mais comuns durante ou logo após a infusão incluem alterações perceptivas leves (como sensação de flutuação ou distorção da realidade), náuseas, tontura e, em alguns casos, desconforto emocional. Tais efeitos são temporários e geralmente desaparecem em pouco tempo. A cetamina não causa dependência quando utilizada dentro de um protocolo clínico, com acompanhamento rigoroso e indicação adequada. Por isso, é importante reforçar que esse tratamento não se confunde com o uso recreativo da substância.

Embora seja muito bem tolerada, a infusão de cetamina exige cuidados específicos em pacientes com histórico de doenças cardíacas, hipertensão descontrolada ou outras condições clínicas relevantes. O médico responsável sempre realizará uma análise de risco e benefício antes de cada infusão. Estudos internacionais e nacionais têm demonstrado sua eficácia e segurança, tornando esse método uma alternativa promissora e acessível para quem convive com transtornos mentais severos e persistentes.

Além da resposta rápida, um dos principais benefícios relatados pelos pacientes é a sensação de reconexão com a vida, alívio da angústia e melhora da disposição. Com o devido acompanhamento psiquiátrico e psicológico, a infusão de cetamina pode representar uma virada significativa no tratamento da saúde mental.

Saiba mais

Perguntas frequentes

Sim. Todos os três tratamentos são realizados sob supervisão médica, com protocolos clínicos seguros e reconhecidos por órgãos internacionais de saúde.

São indicados principalmente para pacientes com depressão resistente, ou seja, que não responderam bem a medicamentos convencionais.

Não. A ECT é feita sob anestesia geral e relaxamento muscular, de forma que o paciente não sente dor durante o procedimento.

Não. A EMT é totalmente não invasiva e indolor. Utiliza pulsos magnéticos localizados, sem causar convulsões ou efeitos colaterais significativos.

Quando usada em ambiente clínico, com doses terapêuticas e monitoramento adequado, o risco de dependência é extremamente baixo.

Varia conforme o tratamento e o quadro clínico. A ECT costuma requerer de 6 a 12 sessões; a EMT, de 20 a 30; e a cetamina, geralmente de 4 a 6 infusões.

Depende do convênio. A ECT costuma ter cobertura mais ampla. A EMT e a cetamina ainda enfrentam restrições, mas algumas operadoras já autorizam com indicação médica.

Sim, mas geralmente são leves e temporários. ECT pode causar confusão passageira ou lapsos de memória. EMT pode causar dor de cabeça leve. Cetamina pode causar náuseas ou alterações perceptivas breves.

Após a ECT e a cetamina, recomenda-se repouso e não dirigir no mesmo dia. A EMT, por ser mais leve, permite retorno imediato às atividades normais.

Cada caso é único. A escolha depende da avaliação médica, histórico do paciente e resposta a tratamentos anteriores.